Empreendedorismo

As chamadas microfranquias – negócios com aporte inicial de até R$ 90 mil, envolvendo taxa de franquia, capital de giro e instalação – são ideais para quem quer ter uma empresa sem comprometer muito capital. Mas como em qualquer investimento, é necessário cautela.
Questões iniciais importantes envolvem o que fazer para manter o negócio saudável: a estrutura oferecida pela marca e as estratégias para atingir clientes, por exemplo. “É fundamental duvidar do modelo de negócio que o franqueador propõe. E não se deve aceitar promessas fáceis de forma nenhuma”, diz a consultora Ana Vecchi, do escritório Vecchi Ancona, especializado em estruturação de franquias.
Com um desembolso menor, é esperado que o retorno da aplicação seja também mais rápido. Pesquisa recente da ABF sobre o setor observa que, nas redes com ambos os formatos, 29% das unidades de franquias demandam em média de 12 a 18 meses para reaver o recurso. Esse índice sobe para 41% nas operações de microfranquias.
O investimento em uma rede do tipo é baixo se comparado a marcas de maior porte, “mas pode ser todo o dinheiro de uma vida, economizado com muito suor”, lembra Ana. “Se você oferece uma franquia por um valor acessível, sua responsabilidade com o franqueado é muito maior. E a vulnerabilidade desse negócio está nas pessoas.” Por isso, a recomendação é conhecer bem estruturas, fazer pesquisas sobre o atendimento da marca aos clientes e conversar com outros franqueados.
Para Artur Hipólito, sócio do Grupo Zaiom – que detém as redes Tutores, Dr. Faz Tudo e Dr. Jardim, com cerca de 300 unidades pelo Brasil –, é preciso casar a capacidade de investimento do interessado com transparência sobre o negócio. Ele determina franqueados em três estágios: os dependentes (que recorrem mais ao auxílio do franqueador), os independentes (mais experientes, que questionam o sistema) e os interdependentes (maduros, que preferem fazer em conjunto). “Temos franqueados nas três etapas. A consolidação se dá ao atingir um número maior na interdependência.”
O fato de muitas microfranquias não exigirem estoque e ponto de venda físico favorece o investimento inicial. Por outro lado, requer cada vez mais conhecimentos em marketing e relacionamento. “O franqueado tem que estar à frente do negócio, assumir efetivamente a gestão. Os valores baixos não significam que o modelo seja mais fácil”, diz Ana. Entre os setores mais promissores, ela elenca negócios ligados a manutenção, limpeza, marketing e atendimento (como cuidado de idosos e acompanhamento escolar).
Opções. O mercado de microfranquias hoje é um dos mais diversificados do ramo, com representantes em quase todos os setores.
Risco. O setor é dominado por pequenos franqueadores, o que aumenta o risco.
Fonte: Estadão PME

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