A pandemia do coronavírus impulsionou muitos negócios a venderem on-line e hoje 7 em cada 10 pequenas empresas vendem pela internet, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Dentro do universo digital, 54% das pequenas e médias empresas usam o Instagram para vender. Mas para vender nesta rede social não basta ter uma conta ativa. É preciso estratégia, ter um bom planejamento e saber usar as ferramentas disponíveis para atrair mais clientes.
“Ferramentas como Stories, IGTV, Reels e transmissões ao vivo permitem que as empresas contem suas histórias, construam uma conexão autêntica com sua audiência e potencializem as vendas. A digitalização é uma estratégia fundamental para as marcas, principalmente as pequenas”, afirma Adriana Grineberg, diretora de operações do Instagram da América Latina.
A dica do próprio Instagram é que o empresário crie um perfil comercial na plataforma. Com ele, é possível ter acesso a ferramentas para criar conteúdo, conhecer sua audiência e analisar o desempenho da marca (saiba mais sobre essas ferramentas abaixo).
O G1 ouviu 3 empreendedoras, responsáveis por marcas com milhares de seguidores no Instagram. Elas contam o que fazem para atrair clientes e estimular as vendas.
Usando a plataforma a seu favor
Isabela Matte criou sua loja virtual de roupas quando tinha apenas 12 anos. Apaixonada por moda, começou a criar peças para usar e, ao perceber que fazia sucesso entre as amigas da escola, teve a ideia de criar uma marca. Com o apoio dos pais, fez a Isabela Matte Store funcionar e, dois anos depois, faturou seu primeiro milhão.
Hoje, dez anos depois, continua com seu negócio exclusivamente digital e usa o Instagram para divulgar sua marca.
“O Instagram te ajuda a ter mais conexão com seus clientes e seguidores, pra você apresentar seus produtos de formas diferentes, em vídeos, fotos. É uma ótima plataforma pra te ajudar a vender, por isso, você tem que aprender a usá-la a seu favor”, diz Isabela.
Mas Isabela alerta: não é um trabalho fácil. Tem que se atualizar sempre, aprender a mexer na plataforma e criar muito conteúdo.
Confira as dicas de Isabela:
Planejamento é essencial. Responda a três perguntas: “o que eu vendo?”, “quem é meu público?” e “que sentimento sua marca consegue causar?”. Com essas respostas, é possível fazer um plano de vendas e posts.
Tem que dominar as ferramentas do aplicativo, saber tirar fotos legais, selecionar imagens e vídeos que vendam bem seu produto.
Acompanhar as tendências. Por exemplo, se tem um tipo de vídeo viralizando nas redes sociais, faça um pra sua marca nesse estilo. Isso é uma chance de atrair mais gente para o seu perfil.
É preciso ter um bom posicionamento de marca. Investir em parcerias com influenciadores e tráfego pago é legal, mas antes é preciso “arrumar a casa”. Se os seus posts não trazem resultados, as fotos não estão vendendo, você não tem identidade visual, não vai adiantar. A influenciadora vai atrair seguidores, mas isso não significa que você vai vender.
Apareça em fotos e vídeos no perfil da sua marca. As pessoas não se conectam com textos e imagens, elas se conectam com pessoas. Quando você “dá as caras”, você vende muito mais.
A pessoa não está no Instagram só para comprar, ela quer se divertir, se informar. Por isso, tem que criar conteúdo além das vendas.
Use e abuse do Stories. Um exemplo: um vídeo no meu feed que tem uma média de visualização de 30 mil curtidas, no Stories tem mais de 100 mil visualizações. As pesquisas dizem que as pessoas passam mais tempo vendo Stories do que o feed.
Criando engajamento com o público
Da dificuldade de encontrar lingeries plus size, surgiu a Berenix, negócio da Adriana Marinho, que hoje também vende pijamas e roupas divertidas, com tamanhos entre P ao 5G. Quase 100% das compras no site da marca são feitas a partir das postagens no Instagram.
Adriana desenha as peças e faz tudo da marca sozinha, apenas a parte de confecção é terceirizada. E entre as diversas funções do seu trabalho, está cuidar muito bem de sua conta na rede social.
“Eu acho que o Instagram é a maior vitrine que a gente tem hoje em dia. Minha marca e outras marcas pequenas não poderiam nem ter nascido se não fosse a plataforma”, diz Adriana.
Para a empreendedora, o segredo de engajar com seu público é dar as caras no Stories e nos posts.
Investimento que dá resultado
Mariana Juliano foi estilista por 10 anos de uma marca de roupas feminina. Quando engravidou, não achava no Brasil roupas com preços acessíveis que fossem estilosas, coloridas e com estampas diferentes para bebês. Resolveu esse problema criando sua própria marca em 2018, a The Mini Forest.
Tatiene Juliano é irmã da Mariana e responsável pelas redes sociais da loja. Ela conta que o Instagram é o foco já que é responsável por cerca de 70% das vendas.