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Já falamos sobre as formas de comando que, juntamente com combinado e competência, compõem os 3 “Cs” que contribuem para a continuidade de negócios familiares.

A força destes 3 “Cs” são fundamentais para evitar as armadilhas que atrapalham o processo de sucessão.
O comando provê a força necessária para empreender e manter a unidade na transição de gerações. A ausência de comando é uma armadilha que leva a uma série de consequências – entre elas, a demora ou a impossibilidade de tomar decisões.
Existe o risco de se perder o comando na sucessão de um fundador-monarca, especialmente quando os sucessores-monarcas não tomam decisões conjuntas e preferem ficar cada um em seu próprio reinado.
Isto pode acontecer em uma empresa quando um filho assume a área comercial enquanto o outro controla os setores administrativo e financeiro sem que haja um coordenação entre as áreas.
Por vezes, a divisão de comando também acontece com a separação de lojas ou de fábricas entre os sucessores, para que cada um fique com o seu próprio reinado.
Para evitar esta armadilha, é fundamental que a família tenha um combinado como a base para o bom entendimento. Sucessores-monarcas irão dividir a empresa herdada mesmo que isto implique em perdas de escala e poder de barganha. Porém, um bom combinado poderia permitir uma gestão conjunta dos patrimônios mesmo que divididos.
Aliás, o próprio combinado pode ser fundamental para que os sucessores deixem de ser monarcas e aceitem trabalhar em sociedade empresarial prestando contas entre si, tomando decisões conjuntas e mantendo a clareza sobre o equilíbrio entre autonomia e responsabilidade de cada um.
Este combinado pode se concretizar em um protocolo familiar, acordo de sócios e/ou acionistas.
Entretanto, o bom acordo sem a direção correta ou sem a capacidade de fazer acontecer pode valer muito pouco, esta é outra armadilha. A competência é fundamental para a continuidade dos negócios.
Apesar de ser uma constatação muitas vezes óbvia, lidar com a falta de competência ou gerenciar pessoas que já foram competentes no passado não é uma tarefa simples. Como incentivar que os líderes se atualizem e capacitem? Como lidar com quem já foi importante para a trajetória da empresa mas tem pouco a contribuir para o seu futuro? Como permitir que cada um explore ao máximo o seu potencial?
Escapar desta armadilha é possível se houver comando e combinado que permita manter e promover a competência dentro da empresa familiar. Desta forma haverá a continuidade necessária para que se possa fazer a sucessão familiar.
*Fabio Matuoka Mizumoto é professor da FGV e sócio da consultoria Markestrat
Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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