Artigos e NovidadesTrabalho

Talvez você não saiba, mas é o design emocional o responsável por você gostar muito de um aplicativo e muito pouco de outro – mesmo que ambos sejam conceitualmente parecidos.
Afinal, o design emocional acontece a partir daquilo que as pessoas estão esperando de algo. Ele existe para gerar emoção. Para conhecer o usuário e se comunicar cada vez melhor com ele em todo produto ou serviço existente que foi previamente pensado.
Aliás, um produto ou serviço mais atraentes, mesmo que não sejam exatamente melhores do que o da concorrência, pode fazer toda a diferença. Se o cliente conseguir se conectar emocionalmente com ele, estamos falando, então, do melhor cenário possível para qualquer empresa.
Por isso, neste conteúdo, explicamos o que exatamente é o design emocional: como ele funciona e de que maneira ele pode potencializar as empresas que querem crescer e ser cada vez mais referência naquilo que fazem.
Boa leitura!
 

Para emocionar, é preciso entender as pessoas

Em sua palestra na uMov.me Arena, Rodrigo dos Santos, mestre em design estratégico e gerente de projetos do Sicredi, definiu design emocional como algo voltado para a emoção. Algo com o qual a psicologia sempre está presente.
“Trata-se do que a pessoa quer versus o que quem criou espera como reação. É emoção pretendida de quem recebeu, contra a emoção esperada de quem criou”, comentou.
Embora haja manuais para criar produtos ou então passo-a-passo de como atender clientes, nenhum guia de instruções mostra como encantar e impactar as pessoas de forma verdadeira e profunda.
“Afinal, para determinado indivíduo, as coisas podem soar negativas. Não há, de fato, um senso comum sobre determinada coisa. Por isso, é sempre correto tentar focar na maioria”, afirmou.
Prazer. Surpresa. Alegria. Atenção. Todos esses são fatores chaves para o design emocional.
Entender as pessoas é compreender o verdadeiro significado de design emocional e a forma como ele poderá ser sempre útil.
“Projetar para emoções significa perceber como o produto ou serviço se relacionam com os interesses dos indivíduos a partir da forma como os usuários processam as informações”, comentou.
A Teoria dos Appraisals
Uma interação entre um produto e interesses/objetivos dos usuários resultam nas avaliações por parte dos mesmos, os chamados appraisals.
Um appraisal nada mais é do que uma avaliação da relação do significado de um estímulo recebido. Trata-se, portanto, da relevância para o bem-estar da pessoa em questão.
Muitos são os estímulos levados em conta como preponderantes para o bem-estar de um usuário. Eles tendem a despertar emoções tidas como prazerosas.
“Trata-se do que as pessoas sentem, não sobre o que elas apenas pensam. A avaliação é subjetiva, de acordo com o bem-estar de cada um. Ou seja, sua avaliação faz a emoção”, afirmou.
“Emoções nada mais são do que respostas automáticas do usuário em relação àquilo recebido como efeito de um produto sob o seu bem-estar”, emendou.
É com o design emocional que as empresas diferenciam-se umas das outras
“O design emocional projeta com a intenção de ativar ou evitar uma emoção. Fazer design é atender algum desejo e isso pode ser não somente um produto, mas algo a mais para o cliente”.
Com esta frase, Santos abordou a importância do design emocional para as empresas que desejam diferenciar-se. Criar produtos que emocionem e que fazem sentido cada vez mais – e de diferentes maneiras para os clientes. Este deve ser o objetivo.
Mas, como colocar isso em prática?
“Pergunte sempre ao público o que ele está pensando ou, então, pense como ele, em um brainstorming mesmo e então elenque as emoções desejadas como resultado do seu projeto”, declarou.
O intuito é um só. Estimular uma conexão emocional das pessoas com as marcas. Por isso, ter a compreensão de quais os motivos que despertam determinada emoção no cliente é essencial para criar um produto ou serviço com elementos associados à ela.
“Quanto vale o obrigado do seu cliente? Quanto vale deixá-lo satisfeito e realmente encantado com a sua marca?”, provocou.
O futuro das emoções e do trabalho passa pelo design emocional
Mais do que vender, emocionar. Impactar as pessoas e fazer com que criem uma conexão além da prestação de serviço. Quem fizer isso, segundo Santos, tendo a tecnologia como aliada, estará muitos passos à frente das demais empresas.
“É preciso ter uma conexão emocional com a tecnologia. Identificar cada vez mais as emoções. Colocar a Inteligência Artificial à serviço para que isso seja aprimorado constantemente”, comentou.
A tecnologia aliada ao design emocional, aliás, serve não só para os clientes. A transformação digital é para todos e deve sempre ter as pessoas como foco.
“Há casos de call center que preveem quando os operadores serão xingados. É um exemplo da aplicação do design emocional”, expôs.
Desta maneira, comenta, o time comercial pode, por exemplo, saber de que maneira ser mais assertivo com quem está do outro lado da linha.
“Isso ajuda decisivamente para que as equipes possam aprimorar o seu discurso, ser mais assertivos e, por consequência, otimizar o tempo de trabalho e vender mais”, completou.
“A tecnologia que monitora emoções serve para mudar o que conhecemos como produtividade e consumo”, encerrou.